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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E O IMPACTO NO DIREITO

 

A transformação digital ganhou um novo capítulo com a pandemia do CoVid-19, pois com a mudança estrutural causada pelo vírus, fez com que muitas empresas acelerasse ou se ainda não tinha começado, iniciar a pensar em como digitalizar suas atividades e utilizar a tecnologia para auxiliar em seus processos administrativos. A transformação digital é um conjunto de processos que visam aumentar e agilizar a produtividade das empresas e, consequentemente, potencializar os lucros. Assim, a pandemia está funcionando como um catalisador das mudanças que a transformação digital possibilita.

A transformação digital é como as pessoas e empresas utilizam a tecnologia para contribuir ou facilitar seu trabalho. Assim, trazendo exemplos para o meio jurídico, a digitalização dos processos já é uma demonstração de como a tecnologia facilitou e muito o trabalho dos advogados, tribunais, fóruns e todos os demais envolvidos no processo. O processo eletrônico no Brasil iniciou-se em 2003 no Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF-4), e hoje já é realidade na maioria dos tribunais do país.

 

Por que isto é importante para os advogados?

O número de cursos de direito no Brasil aumentou cerca de 700% em 20 anos. O Brasil é o país que possui a maior densidade de advogados no mundo. Então a concorrência aqui é maior do que no mundo todo. Estar alinhado às novas tecnologias faz muita diferença para que sua mão-de-obra não se torna obsoleta. Outro dado importante do portal Findlaw é que as recomendações de advogados para amigos, parentes e colegas de trabalho caiu de 65% em 2005 para 29% em 2014, por isto a presença digital dos escritórios é fundamental.

Estudos da McKinsey Company mostram que 23% do tempo dos advogados podem ser automatizados. Pense em como seria bom você ter um quinto de tempo a mais para você se dedicar à outras atividades? A expressiva redução dos custos de processamento de armazenamento de dados impacta também no universo jurídico, fazendo com que muitos softwares capazes de automatizar processos, fazer análises de dados e até resolver litígios estão disponíveis no mercado.

Melhorar a eficiência dos serviços de tecnologia aumenta a produtividade, traz mais inteligência ao trabalho do advogado. Entretanto, ao mesmo tempo ela ameaça muitas funções do advogado que executa trabalhos repetitivos com baixo grau de complexidade.

Aprofundando um pouco mais sobre o tema, as legaltechs e lawtechs são exemplos de ramos de startups que estão no entorno no meio jurídico. Inclusive existe até uma Associação Brasileira das Legal e Lawtech (AB2L), a qual possui artigos e eventos sobre o tema. E o primeiro ponto é: existe diferença entre legaltech e lawtech? Na essência sim, na prática não muito.

Legaltechs são startups que desenvolvem softwares de gestão para escritórios de advocacia, como a gestão de documentos e automação, gestão de escritório e departamentos jurídicos. Já as lawtechs são startups que criam soluções que facilitam procedimentos jurídicos, como analytcs e jurimetria, produtos para compliance, inteligência artificial para o setor público e plataformas para a resolução de conflitos online.

Aplicações da Inteligência Artifical no Direito

Um bom exemplo de aplicações de inteligência artificial (IA) no Direito são as plataformas de resolução de litígios como a RLL (Resolução de Litígios em Linha) criada pela União Europeia para tornar o comércio online mais seguro e mais justo mediante o acesso a ferramentas de resolução de litígios de elevada qualidade. O Ross, o primeiro advogado robô do mundo (existe desde 2018) também já é um demonstrativo de como a inteligência artificial pode ameaçar os advogados que não possuírem habilidades alinhadas ao novo perfil profissional. O Ross utiliza a plataforma Watson, da IBM que já tem aplicações em diversas áreas como educação, cultura e entretenimento.

O fato é que mudanças tecnológicas estão acontecendo em diversos setores e a área jurídica não ficará de fora desta nova onda que a transformação digital trará para as empresas, indivíduos e sociedade em geral. Quanto antes estivermos alinhados e preparados para esta nova realidade, melhor são as chances de obtermos sucesso e conseguirmos nos adaptar aos novos padrões e serviços ofertados no mercado.